sábado, 17 de janeiro de 2015

NOSSA SEDE!

Estamos muito felizes em poder dar esta notícia, sim, estamos abrindo as portas da nossa SEDE! Nestes anos todos em que trabalhamos em prol da conscientização, informação e direto dos pacientes de EM, nossos lares, mesas de Cafés, Salões de Festas foram nossas sedes. A falta de um local para trabalharmos, para nos reunir, para guardarmos os materiais de campanhas, realizarmos



nossas atividades nunca foi motivo para desistirmos ou recuarmos. Foi sim uma especie de meta para ser alcançada. Sem esquecer é claro, que tudo começou com uma ideia que o Antonio Luzardo, um dos primeiros diagnosticados na cidade de Santa Maria, teve logo após sua consulta. desta ideia nasceu o grupo Girassol, hoje Apemsmar. E agora que estaremos trabalhando em nossa sede, vamos em busca de mais, mais qualidade de vida, mais ações de saúde pública, mais medicamentos, mais felicidade em alcançarmos nossos objetivos. Sejam bem-vindos a APEMSMAR, a casa é NOSSA!

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Gilenya, primeira terapia oral imunomoduladora para esclerose múltipla, conheça melhor!

Em setembro de 2010 foi aprovado, nos EUA, o primeiro medicamento oral imunomodulador para tratamento da forma recorrente-remitente de esclerose múltipla, Gilenya. Posteriormente, o medicamento foi aprovado para uso na Europa e em outros países – incluindo o Brasil – e encontra-se atualmente em uso na prática clínica diária. Seu princípio ativo é o fingolimode, uma substância produzida a partir da extração de fungos, possuindo mecanismo de ação novo em comparação aos tratamentos injetáveis até então existentes. Nos parágrafos seguintes vamos entender melhor sobre sua descoberta, funcionamento, eficácia e alguns os cuidados com o seu uso.



Origem

Os compostos precursores do fingolimode possuem origem a partir do estudo de uma espécie de ascomicetos, fungos do filo Ascomycota, caracterizados por infectar insetos em diferentes fases do seu desenvolvimento, parasitá-los e, posteriormente, crescer sobre o seu arcabouço para formar o talo e, então, seu corpo frutífero (cogumelo). Este ciclo biológico foi, em parte, reconhecido pela fitoterapia chinesa através do nome “Dong Chong Xia Cao“, que significaria “verme no inverno, grama no verão”, descrevendo as duas fases do ciclo mencionadas.
A medicina popular reconhece uma extensa gama de benefícios à saúde produzidos pela ingestão de cogumelos. Técnicas analíticas modernas identificaram diversos metabólitos com atividade biológica em humanos, incluindo a cordicepina, que inibe o crescimento de tumores (derivada da C. militaris que parasita o bicho da seda), a ciclosporina, um imunossupressor clássico muito usado em transplante renal (derivada da C. subsessilis que infecta o escaravelho) e a miriocina, um imunossupressor com atividade 10 a 100 vezes maior a ciclosporina. Esforços para produzir compostos derivados da miriocina com menor toxicidade gástrica levaram, em 1994, à identificação de um novo composto, o fingolimode, que posteriormente se descobriu atuar de forma diferente dos imunossupressores clássicos, represando células agressivas do sistema imune nos linfonodos, o que as impedia de agir e promover  inflamação e desmielinização observadas na esclerose múltipla.

Figura 1. Fungo Isaria sinclairii, da espécie de ascomicetos Cordyceps, de onde se extrai a miriocina, precursora do fingolimode, seu derivado químico. Juntamente com o ginseng, cogumelos Cordyceps foram considerados como um dos medicamentos orientais relacionados à “juventude eterna”. Fungos Cordyceps parasitam insetos e crescem sobre seu organismo no verão, como pode ser observado na imagem. Fonte: Chun and Brinkmann, 2011.

A descoberta dos alvos do fingolimode: além das células do sistema imune

Em meados da década de 90, de forma paralela à descoberta do fingolimode, uma linha independente de pesquisadores buscando por genes envolvidos com o desenvolvimento do sistema nervoso levou à identificação de uma nova classe de receptores, chamados de receptores de lisofosfolipídeos. Estes receptores são proteínas da membrana celular com importantes funções em diversas células do nosso organismo, incluindo as dos sistemas nervoso, imune e cardiovascular. As diferentes linhas de pesquisa naquela época acabaram revelando ser o fingolimode um modulador destes importantes receptores, favorecendo a possibilidade de testar sua aplicabilidade médica.

Do transplante renal para a esclerose múltipla

Em função da atividade imunossupressora da ciclosporina, sua “prima distante” muito empregada como imunossupressor em transplante renal, os estudos iniciais com o fingolimode focaram também nesta indicação, tentando substituir a ciclosporina ou utilizá-la em dose menores, em combinação. Estes estudos mostraram uma eficácia do fingolimode inferior à da ciclosporina na prevenção da rejeição de transplantes, provavelmente relacionada à menor imunossupressão. Entretanto, o medicamento mostrou efeitos sobre a movimentação de células imunes, abrindo outras indicações terapêuticas possíveis, como a esclerose múltipla e outras doenças auto-imunes.
Focados agora na esclerose múltipla, os estudos iniciais com fingolimode mostraram diferentes possíveis benefícios, incluindo a estimulação de células que promovem mielinização no sistema nervoso, além dos efeitos em controlar os leucócitos responsáveis pelas lesões inflamatórias vistas à ressonância magnética, características da doença.
Os dois primeiros grandes estudos em pacientes com esclerose múltipla empregando fingolimode por via oral uma vez ao dia (Gilenya) mostraram significativa redução da taxa de surtos superior àquela observada por terapias já empregadas como os interferons e ainda um efeito importante: uma redução significativa da perda de volume cerebral, indicando propriedades neuroprotetoras da medicação.
Os estudos clínicos identificaram ainda a necessidade de cuidados especiais para uso desta medicação, incluindo a vacinação de pessoas que não tiveram catapora no passado e o monitoramento da primeira dose devido ao risco de bradicardia – uma redução da frequência cardíaca, transitória. Tomando-se estes e ainda outros cuidados no seguimento dos pacientes, a medicação foi aprovada como a primeira terapia oral imunomoduladora para esclerose múltipla, sendo hoje utilizada na prática clínica por pacientes em todo o mundo, incluindo o Brasil.
Como vimos, uma história que compartilha suas raízes na medicina chinesa – com o papel terapêutico dos cogumelos – e evoluiu para a identificação de um derivado com propriedades imunomoduladoras e neuroprotetoras específicas na esclerose múltipla, oferecendo uma possibilidade a mais no tratamento desta importante condição.

Referências

Cohen JA, Barkhof F, Comi G, Hartung HP, Khatri BO, Montalban X, Pelletier J, Capra R, Gallo P, Izquierdo G, Tiel-Wilck K, De Vera A, Jin J, Stites T, Wu S, Aradhye S, Kappos L. 2010. Oral fingolimod or intramuscular interferon for relapsing multiple sclerosis. N Engl J Med. 362(5):402–415.
Chun J, Brinkmann V. 2011. A mechanistically novel, first oral therapy for multiple sclerosis: the development of fingolimod (FTY720, Gilenya). Discov Med. 12(64):213-28.
Kappos L, Radue EW, O’connor P, Polman C, Hohlfeld R, Calabresi P, Selmaj K, Agoropoulou C, Leyk M, Zhang-Auberson L, Burtin P. 2010 A placebo-controlled trial of oral fingolimod in relapsing multiple sclerosis. N Engl J Med.362(5):387–401.
Brunkhorst R, Vutukuri R, Pfeilschifter W. 2014. Fingolimod for the treatment of neurological diseases-state of play and future perspectives. Front Cell Neurosci. 12;8:283.

Fonte: site esclerosemultipla.com.br

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Estudo diz que vacina contra HPV não aumenta risco de ter esclerose múltipla


Um novo estudo feito em jovens e mulheres na Dinamarca e na Suécia desmistificaram rumores que associavam a vacinação contra o HPV (Vírus do Papiloma Humano, sigla em inglês) ao desenvolvimento de esclerose múltipla ou outras doenças desmielinizantes (grupo de desordens no sistema nervoso central). Segundo uma pesquisa publicada esta terça-feira, 06 de janeiro 2015, na Jama (The Journal of the American Medical Association), os riscos de ter uma dessas desordens não aumentam em quem tomou a vacina.   Desde o licenciamento da vacina quadrivalente do HPV (qHPV), em 2006, e, posteriormente da bivalente, mais de 175 milhões de doses foram distribuídas em todo o mundo. 
A introdução da imunização em larga escala num novo público-alvo – jovens e jovens mulheres – tem sido alvo de preocupações em relação à sua segurança, algumas com o potencial de “minar” a confiança do público nessas novas vacinas. 
Para verificar se há motivos reais para preocupação, Nikolai Madrid Scheller, do Statens Serum Institut, de Copenhaga, na Dinamarca, e os seus colegas realizaram um estudo que incluiu meninas e mulheres suecas e dinamarquesas, entre 10 e 44 anos, acompanhadas entre 2006 e 2013. 
Foram usados registos de saúde dos dois países, com dados sobre imunização contra o HPV e diagnósticos incidentes de esclerose múltipla e outras doenças desmielinizantes, para identificar o grupo de estudo. 
Um total de 3.983.824 meninas e mulheres foram identificadas e, delas, 789.082 foram vacinadas contra o HPV no recorte de tempo feito no estudo. De 2006 a 2013, houve 4.322 casos de esclerose múltipla e 3.300 casos de outras doenças desmielinizantes, dos quais apenas 73 e 90, respectivamente, ocorreram dentro do período de risco, que é de dois anos após a vacinação. 
Após a análise dos dados, os investigadores não encontraram um risco aumentado de incidência de esclerose múltipla ou outras doenças desmielinizantes associado à vacinação. 
O nosso estudo soma-se ao corpo de dados que comprovam o nível favorável de segurança global da vacina qHPV. O tamanho do estudo e o uso de dados de registo dos países permitiram uma análise com potência adequada para generalizações», escrevem os autores no estudo.
Fonte: Fonte: Diário Digital

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Alimentação e EM

Estudos nutricionais mostram que a qualidade de vida em uma pessoa com Esclerose Múltipla pode ser muito alterada dependendo do seu regime alimentar. Desta forma, a dieta sugerida é a mesma dieta saudável recomendada para a não pacientes, cujo  objetivo é aumentar os níveis dos ácidos graxos essenciais e da vitamina B12, mantendo ao mesmo tempo uma saudável função intestinal. 
Alguns medicamentos utilizados no tratamento dessa doença como os corticoides podem induzir o ganho de peso, levando à obesidade, que acaba sendo um distúrbio nutricional muito comum entre os pacientes com Esclerose Múltipla. Por isso, manter uma alimentação equilibrada é fundamental para evitar que a obesidade aumente o risco do aparecimento de doenças secundarias tais como o diabetes tipo II, hipertensão arterial e hipercolesterolemia.
Algumas dicas do que usar para melhorar a sua alimentação:
  • Evitar bolos, chocolate e cremes com altos teores de gordura e açúcar; 
  • Comer de preferência alimentos fritos em pouco óleo ou na grelha, assados, no vapor ou fervidos; 
  • Pão integral e cereal com farinha integral; 
  • Tomar 8-10 copos de água diariamente; 
  • Evitar doses elevadas de suplementos vitamínicos.
  • Usar margarinas e óleos poli-insaturados (óleo de girassol); 
  • Comer óleo de peixe regularmente, de preferência 2-3 vezes por semana; 
  • Usar produtos diários com pouca gordura, (leite desnatado ou semidesnatado); 
  • Comer frango e partes magras de carne. 
  • Comer diariamente cinco porções de frutas e legumes, inclusive verduras com folhas verdes escuras; 
  • Evitar salsichas, bacon, sanduíches do tipo hambúrguer e outros alimentos industrializados com alto teor de gordura animal saturada; 
 E não esqueça, procure fazer da refeição um momento agradável, coma devagar e mastigue bem os alimentos. Não tenha pressa em terminar a refeição. Estabeleça horário para as refeições e cumpra regularmente estes horários, procurando variar o cardápio, cuidando para que a dieta seja variada e equilibrada. E começe bem o ano, com saúde e qualidade de vida.