Queridos da Apemsmar, a paciente de EM, Marcia Denardin, apresentadora de um programa de rádio pela Guarathan de Santa Maria, escreve o nosso blog e facebook, e também é responsável pela comunicação da Apemsmar esteve participando com a nova integrante da associação, a estudante de Psicologia Vaneza Schott, de um workshop para jornalistas e blogueiros de saúde no XV BCTIMS. Palestraram o neurologista Dr. Andre Matta da Faculdade Federal Fluminense e a líder da área terapêutica de neurociências e oftalmologia da Novartis, Dra. Fernanda Boulos. Foi muito interessante principalmente pelas novidades. A Dra Fernanda falou sobre os mecanismos de ação dos novos medicamentos e das novas moléculas que estão sendo desenvolvidas e estão em fase inicial de estudo o Siponimod e o Secukinumab. Medicamentos super avançados que farão uma reviravolta no tratamento de todos os tipos de EM. Inclusive para aquela que ainda não existem medicações. Dr Andre falou sobre o diagnostico, evolução da doença e os tratamentos. Falou na dificuldade em encaminhar o paciente a um profissional especializado, do pouco ou nenhum conhecimento sobre a Esclerose Múltipla que torna difícil o diagnóstico precoce. Falou também da dura realidade dos cursos de medicina, onde durante a faculdade o aluno tem somente 1 aula em todo o curso sobre a EM. Outro assunto falado que repercutiu muito foi a gravidez. Um estudo mostra que estatisticamente o risco de EM em um bebe filho de uma pessoa com a doença é de 2%, já se o casal tiver a doença este risco sobe para até 16%. Durante a gestação a mulher tem uma melhora significativa da doença, porém apos o parto podem acontecer surtos, No estudo realizado a melhora durante a gravidez não altera o curso da doença, ter filhos ou não, em relação a evolução da EM não faz diferença. Um dos sintomas que aparece mais aparecem em pessoas com EM do que na população em geral é a depressão. A fadiga, problemas de cognição e depressão andam juntas. O emocional do paciente deve ser tratado com muito cuidado e atenção. Alterações de memoria, cansaço e atenção, capacidade de trabalhar com informações, tudo isso tem que ser observado e relatado ao médico assistente para que não fuja do controle a ponto de causar um surto.
Tratamento e falha terapeutica
Os interferons, primeiros medicamentos utilizados no tratamento funcionam diretamente no inicio da doença onde o processo inflamatório é muito maior, por isso a importância do tratamento precoce. Os novos medicamentos, modernos como o Fingolimode (Gilenya) e o Natalizumabe (Tysabri), de ultima geração, tem o efeito de desacelerar a atrofia cerebral e agem contra a degeneração que a EM causa, tratam também o processo inflamatório da doença. Falou muito sobre a cumplicidade do médico e seu paciente, esta dobradinha é que será sempre responsável pela escolha do melhor tratamento, quando houver a falha terapêutica, a decisão de troca do medicamento deve se bem analisada em relação a surtos, progressão da doença, com exames de ressonância entre outas coisas. O novo medicamento oral para EM desacelera a atrofia cerebral e o declínio cognitivo a níveis de uma pessoa que não tem a doença, mas isto ainda é muito novo e daí, a importância de observar nos exames de ressonância magnética se realmente a doença está controlada.
Claro que a polêmica vitamina D não ficou de fora, o Dr. Andre Matta deixou bem claro que não existe um tratamento com altas doses de vitamina D para EM. Ou seja, utilizar a vitamina para deixar os níveis séricos necessários é uma coisa, trocar uma medicação específica para a doença por altas doses da vitamina é altamente perigoso e não recomendado. Por fim, um bate-papo sobre a inclusão do primeiro medicamento oral para a EM e como pode ser utilizado, assim como a importância da inclusão no SUS. A necessidade de termos mais opções de tratamento, onde o paciente e seu médico poderão avaliar qual o melhor tratamento para cada paciente. Como a medicação foi incorporada, mas ainda não está nas farmácias de alto custo, participamos de uma entrevista para a EPTV, que já foi reproduzida aqui, juntamente com o Fundador e Presidente da AME, Gustavo San Martin, pedindo mais uma vez que a dispensação deste medicamento demore o mínimo possível. Por enquanto a medicação só pode ser utilizada com ordem judicial, o que dificulta e estressa o paciente, que já está fragilizado. Este foi um relato do evento paralelo ao BCTRIMS 2013.
Marcia Denardin, Bruna Silveira, Ana Paula Pinheiro(Repórter EPTV/Globo Campinas) Gustavo San Matin
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