Enfim, a vitória! O Fingolimode acaba
de ser incorporado à lista de medicamentos do SUS como a primeira medicação oral para o tratamento desta
doença de jovens. No dia 01 de julho a Portaria 24, de 27 de junho de 2014, foi publicada no D.O.U. pelo Ministério da Saúde, após o relatório da CONITEC – Comissão Nacional de Incorporação de Novas Tecnologias no SUS, optou pela incorporação do Fingolimode para tratamento da Esclerose Múltipla pela rede pública de saúde. Foram anos de luta, campanhas que envolveram inclusive
figuras públicas como, Falcão, ex-jogador do Internacional, o cantor Daniel e o
Grupo Sambô, nosso parceiro de muitas lutas, até a incorporação de um
tratamento oral que vem beneficiar os pacientes de Esclerose Múltipla.
Até então, a principal
linha terapêutica do sistema público de saúde era por meio da administração de
injeções que tratavam a Esclerose Múltipla, mas traziam sérios efeitos
colaterais.
O tratamento oral
aprovado já é utilizado em mais de 35 países e tem aprovação da ANVISA desde
2011. No entanto, até 2014 as pessoas diagnosticadas com a doença que optassem
por essa linha terapêutica tinham dois caminhos: comprar o medicamento por
conta própria ou entrar na Justiça para conseguir acesso a ele. As opções
custosas e cansativas faziam muitos pacientes desistir.
O medicamento possui
amparo científico sobre sua eficiência. Além da comodidade na administração das
doses, estudo publicado no New England
Journal of Medicine demonstrou eficácia 52% superior na diminuição dos
surtos provocados pela doença, em comparação com os medicamentos injetáveis.
Além disso, pesquisas comprovam que o tratamento contínuo do Fingolimode pode
levar a uma redução de até um terço na perda de volume cerebral em pacientes
com Esclerose Múltipla.
“É a vitória da
persistência. Quem convive com a doença sabe o grau de sofrimento que sentimos
ao receber o diagnóstico. Essa incorporação é um ganho na qualidade de vida de
milhares de brasileiros”, avalia Marcia Denardin, que é portadora da doença e
atual diretora de comunicação e porta-voz na APEMSMAR (Associação dos Portadores de Esclerose Múltipla de Santa
Maria e Região). Ela já utiliza o tratamento, pois conseguiu na Justiça
esse direito. “A partir de agora as pessoas não precisarão ir tão longe para
ter acesso a essa opção de tratamento”, diz.
A Esclerose Múltipla é uma doença neurológia, crônica e autoimune, de causas
desconhecidas. Manifesta-se quando o organismo confunde células saudáveis do
sistema nervoso central com intrusas, e as “ataca” provocando lesões cerebrais.
Os sintomas mais comuns são visão dupla, rigidez, fraqueza, falta de
equilíbrio, dormência, dor, problemas no controle da bexiga e intestinos,
fadiga, entre outros.
O diagnóstico é
basicamente clínico, podendo ser complementado por ressonância magnética. No
Brasil, há 35 mil casos. No mundo, 2,5 milhões de pessoas possuem a doença. A
Esclerose Múltipla atinge predominantemente mulheres jovens, entre 20 e 40
anos.
Sobre a APEMSMAR:
A Associação de Portadores de Esclerose
Múltipla de Santa Maria e Região (APEMSMAR) é uma ONG que defende os direitos
dos portadores de Esclerose Múltipla. A ONG, idealizada pelo também paciente José Antônio Luzardo há mais de quinze anos, promove diversas ações para pacientes e
familiares, como encontros para a troca de ideias sobre o dia a dia da doença,
atividades de reabilitação com fisioterapeuta, terapia ocupacional e
assistência social. Mais informações sobre a Apemsmar podem ser obtidas no https://www.facebook.com/apemsmar.esclerosemultipla
Nenhum comentário:
Postar um comentário